09/06/2011 - 20:26 - Atualizado em: 09/06/2011 - 20:26

Eleições nos EUA: demissão em massa e questão mórmon atrapalham campanha dos republicanos

Do UOL Notícias*
Em São Paulo
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New York Times analisa candidatura de Newt Gingrich nos EUA

Newt Gingrich e Mitt Romney, ambos pré-candidatos a disputar a presidência dos Estados Unidos nas eleições do ano que vem, terão que mostrar que sabem reverter situações desfavoráveis se quiserem que suas candidaturas sobrevivam às prévias do Partido Republicano.

De um lado, Gingrich terá que remontar sua equipe de campanha, desfalcada depois de uma demissão em massa, enquanto Romney ainda tem que convencer os americanos de que não há problemas em eleger um presidente mórmom.

O anúncio da demissão em massa de parte da equipe de Gingrich foi confirmado hoje por Rick Tyler, ex-porta-voz do republicano. Segundo Tyler, além dele, , Rob Johnson, coordenador de campanha,  um estrategista e outros oficiais abandonaram a campanha.O motivo da demissão em massa, segundo Tyler, seria "as diferentes visões sobre os rumos da campanha".

Segundo a "Associated Press", Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Representantes e político admirado pelos republicanos, foi avisado da decisão da equipe na sede de sua campanha, em Washington.

Uma viagem de duas semanas de Gingrich com a mulher – um cruzeiro nas ilhas gregas --, contrariando a vontade da equipe da campanha, também teria colaborado para a saída dos consultores, segundo o "Washington Post". Segundo o republicano, a viagem já estava programada e não havia como desmarcá-la.

"No final do dia nós não conseguíamos ver chances de vencer, e havia a questão do comprometimento", disse Scott Rials, um dos que abandonaram a campanha, em entrevista à AP.

Na página da campanha no Facebook, Gingrich postou um comunicado reafirmando a sua intenção de concorrer às prévias do partido para as eleições presidenciais de 2012 e disse que seu próximo evento será na Califórnia, ao lado da ala judia dos republicanos.

“Questão mórmom” é pedra no sapato de Romney

O republicano Mitt Romney, que na semana passada lançou sua pré-candidatura para disputar a Presidência dos Estados Unidos, está enfrentando, novamente, um problema para ganhar a confiança do eleitor.  A dúvida que cerca a candidatura de Romney é simples: será que os norte-americanos estão prontos para colocar um mórmon na Casa Branca?

Pesquisas indicam que os eleitores norte-americanos aceitam mais a ideia agora do que quando Romney se lançou pela primeira vez como candidato, em 2008. Nos extremos, entretanto, muitos ainda desconfiam dos mórmons.

Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac desta semana indicou que os eleitores se sentem menos confortáveis com a ideia de um presidente mórmon do que um líder de qualquer outra religião, sem ser a muçulmana, ou ateu.

"O fato de que menos da metade dos eleitores têm um opinião favorável sobre a religião provavelmente se tornará uma questão política com a qual o governador Romney terá de lidar", disse Peter Brown, do Instituto de Pesquisas da Universidade Quinnipiac, em Connecticut.

Romney tem laços mais estreitos com o mormonismo do que outros mórmons da política norte-americana, como o líder democrata do Senado, Harry Reid, e Jon Huntsman, seu possível rival republicano na indicação do partido.

Integrante da quinta geração de religiosos -- seus antepassados já estavam envolvidos com a religião em meados da década de 1850 --, Romney é ex-bispo do templo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias de Massachusetts.

Romney, porém, tem buscado evitar ser definido pela religião. "Eu separo muito bem as questões de fé pessoal da liderança que uma pessoa tem de ter no sentido político", disse o republicano numa entrevista à CNN esta semana.

"Você não começa a aplicar as doutrinas de uma religião à responsabilidade de guiar uma nação ou um Estado", completou.

*Com informações da Associated Press e Reuters