Construtora admite que pode ter havido falha em obra do governo que desabou em São Paulo
A construtora Ubiratan, responsável pela obra da Secretaria estadual de Cultura que desabou na tarde de ontem na zona norte de São Paulo, afirmou em relatório preliminar apresentado em reunião nesta sexta-feira (13) que pode ter havido falha no processo de execução do escoramento da laje. O acidente matou uma pessoa e deixou outras 11 feridas.
“A empreiteira forneceu toda a documentação do projeto de escoramento e se comprometeu a contratar uma empresa externa para determinar onde pode ter ocorrido o erro”, afirma nota divulgada pela secretaria. A pasta afirma ainda que contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para elaborar uma análise técnica do acidente.
Nesta sexta, técnicos da secretaria e do IPT, além de técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SP), vistoriaram a obra que abrigará a Fábrica de Cultura da Brasilândia, um projeto da Secretaria de Cultura. “Também será vistoriada a construção da unidade Cidade Tiradentes, sob responsabilidade da mesma empresa, a fim de determinar se a obra pode continuar em segurança”, completa a nota.
O desabamento da laje matou o operário Nivaldo Rodrigues da Silva e, segundo a secretaria, sua família está recebendo apoio da empresa Ubiratan. Dos cinco operários feridos que permaneciam internados, quatro já tiveram alta –o quinto está em observação, sem gravidade, de acordo com a secretaria.
Segundo a Defesa Civil, a causa mais provável para o acidente é falha no escoramento. No momento do acidente, era feita a concretagem da laje de cobertura do edifício destinado ao teatro da Fábrica, que cedeu. Cerca de 60 homens trabalhavam no local.
A construção da Fábrica de Cultura da Brasilândia teve início em outubro de 2009 pela Ubiratan, vencedora da licitação aberta em 23 de abril de 2009. A unidade integra o programa Fábricas de Cultura, que prevê nove equipamentos dedicados à formação e à difusão cultural em áreas afastadas, mapeadas pela Fundação Seade como as regiões de maior Índice de vulnerabilidade juvenil. Estão em funcionamento três Fábricas de Cultura na zona leste. A inauguração da unidade da Brasilândia estava prevista para abril deste ano, mas a obra foi paralisada até que se determine a causa do desabamento.
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